sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

QUEM SÃO OS 144.000?


E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai.
E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas.
E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.
E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus. (Apocalipse 14:1-5)



O capítulo 14 de Apocalipse só pode ser entendido corretamente se for estudado dentro do contexto de Apocalipse 13, o ressurgimento da supremacia papal e a imposição do sinal da besta, o decreto dominical. Apocalipse 13 e 14 apresentam dois poderes rivais, tendo cada um sua marca de autoridade, a saber:
• o poder satânico revelado através da besta que subiu do mar e da besta que subiu da terra;
• o poder de Deus revelado nos Seus mensageiros, os 144.000, que, batizados pelo poder do Espírito Santo, proclamarão mundialmente o Evangelho Eterno, a chocante Tríplice Mensagem Angélica. O capítulo 14 é a resposta divina para as bestas do capítulo 13. Fala da vitória de Deus e Seus escolhidos.
O teste final tem a ver com o selamento do caráter de cada ser humano. Jesus e Satanás desejam possuir domínio absoluto da mente humana. A reivindicação de Jesus tem como base Sua soberania como Criador e Redentor da humanidade, mas o argumento único de Satanás é o de que a humanidade se submeteu a ele ao adorar a besta e receber a sua marca.

SINAIS VERSUS VERDADE

“No Novo Testamento, os sinais e milagres são com frequência citados como evidências do poder de Jesus e Seus apóstolos (João 20:30-31; Atos 2:22; Heb. 2:4), porém no Apocalipse os sinais são realizados por forças demoníacas (Apoc. 13:13-14; 16:14;19:20). Estes sinais são realizados como evidências coercivas para levar o mundo a obedecer à besta. A menção do 'falso profeta' realizando sinais e maravilhas é feita somente como uma referência à advertência feita por Jesus no 'pequeno apocalipse' (Mateus 24): 'porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos' (Mat. 24:24). Paulo também adverte contra o enganador poder do anticristo: 'a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira. E com todo o engano da injustiça para os que perecem.' (II Tess. 2:9-10). A natureza dos sinais é sugerida na descrição feita especificamente em Apoc. 13:13 'e faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens.'”¹ (1Beatrice S. Neall, The Concept of Character in the Apocalipse with Implicantions for Character Education,157-158.)
“A arma final de Deus na batalha pelo domínio da mente humana não são sinais e maravilhas, mas a verdade. Deus envia não três espíritos imundos operadores de sinais (Apoc. 16:13-14), mas três poderosos anjos proclamando o evangelho eterno (Apoc. 14:6-12). A mensagem dos três anjos é um poderoso apelo para adorar o Criador (Apoc. 14:7) em vez da besta (Apoc.14:9-11), para guardar os Seus mandamentos (Apoc. 14:12;conforme Apoc. 12:17),e para ter fé em Jesus (Apoc. 14:12). O teste da verdade não são os milagres, mas 'a Palavra de Deus e o testemunho de Jesus' proclamados pela grande multidão que obteve vitória sobre a besta e a sua imagem (Apoc. 20:4; conforme Apoc. 12:11,17; conforme Apoc. 1:9;6:9).”² (Ibidem, 158)
“Os poderes da besta compelem a adoração através de um boicote econômico sobre todos os que recusam a sua marca (Apoc. 13:17). Como um poder mundial, a besta tem controle de todas as fases da vida política, econômica, e religiosa. Todos os que se recusam a homenageá-la, serão proibidos de comprar ou vender, e serão expostos publicamente de forma que eles poderão ser apontados para o decreto de morte (Apoc. 13:15).”³ (Ibidem, 159)
“O terceiro anjo de Apocalipse 14 pronuncia uma sentença muito mais terrível para aqueles que realmente adorarem a besta e a sua imagem e receberem sua marca. Eles beberão do vinho da ira de Deus sem mistura (Apoc. 14:9-10), as sete pragas derramadas sobre os adoradores da besta, produzirão a mais terrível chaga jamais vista na humanidade (Apoc. 16). E estas chagas são somente uma amostra do tormento final no lago de fogo (Apoc. 14:10-11).¹ (1Ibidem.)
O capítulo 14 está dividido em três partes:
•Apoc. 14:1-5 apresenta um grupo especial, um grupo de oposição, uma força de oposição à besta e a sua imagem, os 144.000, que conforme Apoc.7:2-4 serão os primeiros a serem selados pelo Selo do Deus Vivo;
•Apoc. 14:6-13 revela o conteúdo da mensagem que será proclamada por esse grupo de oposição à besta, as Três Mensagens Angélicas, com ênfase especial no Juízo pré-advento. Esta é a Festa da Expiação do Santuário Celestial que iniciou no dia 22 de outubro de 1844;
•Apoc. 14:14-20 fala da última e a mais feliz de todas as festas do Santuário, a Festa da Colheita, ou dos Tabernáculos.
Que contraste! Apocalipse 13 termina falando da imposição do sinal da besta na testa ou na mão dos inimigos do povo de Deus, e logo em seguida João contempla outra cena, uma cena gloriosa! Os 144.000 sobre o Monte Sião vitorioso sobre a besta e a sua imagem e tendo nas suas testas o nome do Deus Pai e do Cordeiro. Primeiramente João os viu passando pelas mais severas provas, sendo boicotados e condenados, mas nessa hora escura eles serão honrados pelo Pai e pelo Filho através do selamento e a Chuva Serôdia do Espírito Santo.
 
O QUE DEUS REVELOU SOBRE OS 144.000? APOC. 14:1- 5

O selamento dos 144.000 (Apoc. 7:2-4) é um tema central no Apocalipse. Eles devem revelar Jesus ao mundo justo antes e logo após o fechamento da porta da graça sendo a expressão e a vindicação do caráter de Deus (Ezeq. 39:27). Eles têm o nome de Jesus e do Pai escritos na testa, significando a restauração e fixação do caráter de Jesus neles. Ellen G. White diz: “João viu um Cordeiro sobre o Monte de Sião, e com Ele os 144.000 tendo o nome do Seu Pai escrito nas suas testas”. Eles têm o sinête do céu. Eles refletem a imagem de Deus. Eles foram cheios da luz e da glória Daquele que é Santo.”¹ (1Ellen G. White, Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 978.)
Em 1901, Ellen G. White escreveu sobre os 144.000 dizendo: “Não é vontade de Deus que eles (Seu povo) entrem em controvérsia sobre questões que em nada os ajudarão espiritualmente, tais como,' Quem fará parte dos 144.000'. Sem dúvida, aqueles que são os eleitos de Deus saberão muito em breve quem são eles.”² (Ibidem)
Seria bastante cômodo hoje simplesmente repetir o que a mensageira do Senhor falou em 1901 e cruzarmos os braços achando que depois de mais de 100 anos ainda não houve progresso nenhum na compreensão dos 144.000. Não é intenção divina nos informar acerca dos nomes que farão parte deste grupo especial, mas também não podemos fechar os olhos ao que a Bíblia e o Espírito de Profecia nos ensinam sobre eles. A posição mais prudente e cristã é ficarmos com o “assim diz o Senhor” deixando que a Bíblia seja a intérprete de si mesma.
T. H. Jemison escreveu: “Precisamos pregar sobre o assunto dos 144.000. O tema tem de receber lugar de muito destaque em nosso pensamento e em nossas palestras. É necessário que penetremos o campo da controvérsia que tem levado muitos a quando muito fazer ocasional menção deste grupo.”¹ (1T. H. Jemison, Our Firm Foundantion, vol. 2, 407. )
Os 144.000 são primeiramente introduzidos em Apocalipse 7 em resposta à pergunta do Sexto Selo em Apocalipse 6:17 “Porque é vindo o grande dia da Sua ira; e quem poderá subsistir?” Devemos ter em mente que o Sexto Selo começa em Apocalipse 6:12 e se estende até Apocalipse 7:17. O contexto do Sexto Selo é o Julgamento dos Vivos ² (2 A fim de entender melhor o Sexto Selo e o Juízo dos Vivos por favor leia os comentários de Apoc. 6:12-17) a segunda fase do Juízo Investigativo, justo antes da abertura do Sétimo Selo (Apoc. 8:1-5), que revela o momento do fechamento da porta da graça.³( 3 Sobre o Sétimo Selo e o Fechamento da Porta da Graça ler os comentários de Apoc. 8:1-5.)
Na Lição da Escola Sabatina do 3º trimestre de 1989 lemos: “O capítulo 7:1-8 responde à pergunta do capítulo 6, verso 17. A resposta é que, pela graça de Deus, os 144.000 conseguirão subsistir.”¹( Carl Coffman, Lição da Escola Sabatina, 2 parte, 3º trimestre, 1989, 58.)
Apocalipse 7:1-8 aponta para os 144.000 dizendo que eles subsistirão porque foram selados pelo Selo do Deus Vivo. “Eles têm o sinete do céu. Eles refletem a imagem de Deus. Eles foram cheios da luz e da glória Daquele que é Santo.”² (Ellen G. White, Seventh-day Adventist Bible Commentary,vol. 7, 978.)
Apocalipse 7:9-17, logo em seguida mostra para João outra cena grandiosa, a de “uma multidão a qual ninguém podia contar, de todas as nações... vestidos de vestidos brancos... que vieram da grande tribulação” (Apoc. 7:9,13, 14).Estes também subsistirão diante de Deus e do Cordeiro.


TRÊS TEORIAS SOBRE OS 144.000


•Serão salvos só 144.000 pela pregação das Três Mensagens Angélicas desde 1844 até a volta de Jesus, incluindo os que morreram fiéis na mensagem do terceiro anjo;
•Os 144.000 são o total de salvos entre os vivos por ocasião da volta de Jesus. Eles são os únicos salvos que permanecerão vivos sem passarem pela morte. Os demais justos morrerão antes das sete pragas para serem ressuscitados na volta de Jesus;
•Os 144.000 são um grupo especial selecionado dentre os salvos vivos, mas não serão os únicos salvos a permanecerem vivos até a volta de Jesus. Os 144.000, por ser um grupo pequeno, são representantes de todos os salvos vivos. As três teorias existem há muitos anos e foram expostas e defendidas por alguns dos pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
•Uriah Smith expos a primeira teoria; ¹ (1Folheto da Reforma: “A Obra do Assinalamento”, Coleção Laodicéia, número 5, páginas 7-8.)
•George Butler, presidente da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia expos a segunda teoria;² (2 Review & Herald, 26 de Fevereiro de 1889, 137)
•Arthur Daniells, presidente da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia escolhido por Deus,³ (Ellen G. White, Notas e Manuscritos, vol. 1, 111-112) expos a terceira teoria.( Folheto da Reforma: Coleção Laodicéia, número 5, página 5)
O que vem comprovar essa divergência de teorias? Estas teorias defendidas por alguns dirigentes e pioneiros e publicadas em literatura oficial da igreja comprovam que:
• A igreja não tinha e não tem este assunto como doutrina ou ponto de salvação;
• Que a igreja nunca adotou oficialmente um ponto de vista sobre o assunto;
• Comprova ainda que é falsa a acusação dos Reformistas de que os Adventistas do Sétimo Dia abandonaram o primeiro ensino dos pioneiros sobre o assunto.

COMPROVAÇÃO DA VERACIDADE DE UMA TEORIA

• A aceitação de uma teoria por anos, não é prova de que seja verdadeira. Se admitirmos que a teoria de Urias Smith era a mais difundida e a mais aceita, isso comprova que ela é verdadeira? O que diz Ellen G. White sobre certos ensinos aceitos por anos?
“Temem alguns que se reconhecerem estar em erro, ainda que seja num simples ponto, outros espíritos serão levados a duvidar de toda a teoria da verdade. Têm, portanto achado que não se deve permitir a investigação; que ela tenderia para a dissensão e a desunião. Mas se tal é o resultado da investigação, quanto mais depressa vier, melhor. Se há aqueles cuja fé na Palavra de Deus não suportará a prova de uma investigação das Escrituras, quanto mais depressa forem revelados melhor; pois então estará aberto o caminho para lhes mostrar seu erro. Não podemos manter a opinião de que uma posição uma vez assumida, uma vez advogada a ideia, não deve, sob qualquer circunstância ser abandonada. Há apenas Um que é infalível: Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.”¹( 1Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 105.)


QUAL É A PROVA PARA A CONFIRMAÇÃO DE CADA TEORIA?

“A palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda a legislação humana. Um 'assim diz o Senhor', não deve ser posto à margem por um 'assim diz a igreja', ou um 'assim diz o Estado'.² (2  Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, 69) “Todos os pontos de doutrina, ainda que tenham sido aceitos como verdades, têm de ser provados pela lei e pelo testemunho; se não resistirem a essa prova,' nunca verão a alva'.”³ (3Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2, 219)

O EXAME DA PRIMEIRA TEORIA

Consideremos a doutrina “só os 144.000 salvos desde 1844 até a volta de Jesus, incluindo os justos mortos a partir de 1844”. Esta é a teoria crida e defendida pelos Reformistas. ¹ ( ¹ Os Reformistas surgiram em 1914 como um grupo dissidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e atualmente (2004) possuem um pouco mais de 30.000 membros em todo o mundo.)
Essa teoria é antibíblica, pois o plano da salvação é claramente exposto em Apoc. 14:6 como sendo o evangelho eterno a ser proclamado a todas as nações e tribos. Em Apocalipse 22:17 lemos “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” No Evangelho de João 3:16 lemos “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que Nele crer não pereça mas tenha a vida eterna.”
Deus, em tempo algum, limitou o número dos salvos.² (² Os Reformistas creem que as almas sinceras que morrem sem conhecer a terceira mensagem angélica estão salvas. Para a salvação dessas almas não há limite de número, mas para aqueles que conheceram as mensagens angélicas o número fica limitado em 144.000. Se formos levar isso em conta então seria melhor não pregar a terceira mensagem angélica ao mundo pois isto estaria limitando o número dos salvos. Também para os que pregam a terceira mensagem angélica não seria vantagem pois estariam ganhando concorrentes para disputar uma vaga) Ellen G. White falando sobre o número de almas sinceras que estão ainda nas igrejas caídas, mas que se unirão aos que guardam os mandamentos de Deus, declara:
“A mensagem de Apocalipse 14, anunciando a queda de Babilônia, deve aplicar-se às organizações religiosas que se corromperam. Visto que esta mensagem se segue à advertência acerca do juízo, deve ser proclamada nos últimos dias; portanto, não se refere apenas à Igreja de Roma, pois que esta igreja tem estado em condição decaída há muitos séculos. Demais, no capítulo dezoito do Apocalipse, o povo de Deus é convidado a sair de Babilônia. De acordo com esta passagem, muitos do povo de Deus ainda devem estar em Babilônia. E em que corporações religiosas se encontrarão hoje a maior parte dos seguidores de Cristo? Sem dúvida, nas várias igrejas que professam a fé protestante.”³ (³ Ellen G. White, O Grande Conflito, 383)
“Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecente nas igrejas que constitui Babilônia, a grande massa dos seguidores verdadeiros de Cristo encontra-se ainda em sua comunhão.”¹( ¹ Ibidem., 390.) Esses textos comprovam que a proclamação do evangelho não terminará com menos poder do que quando iniciou, e portanto, o número de salvos será milhares de vezes superior ao que vimos no dia do Pentecostes.

EXAME DA SEGUNDA TEORIA

Só 144.000 salvos vivos na volta de Jesus, sendo que os demais deverão morrer antes das sete pragas para serem então ressuscitados na volta de Jesus.Nas considerações feitas no exame da primeira teoria já destacamos a grande multidão de salvos da hora undécima, e também que a grande maioria dos salvos ainda se encontra nas igrejas decaídas, mas que de lá sairão quando ouvirem o chamado divino
“Sai dela povo Meu” (Apoc. 18:4). Sendo assim, o número de salvos vivos tende a aumentar assustadoramente a medida que nos aproximamos mais e mais do fechamento da porta da graça. Quando analisamos a razão porque Deus permitiu que muitos cristãos morressem como mártir descobriu que o sangue deles era como semente que resultava na conversão de dezenas de pessoas. Sendo assim, a morte de um mártir não diminui o número dos salvos vivos, pelo contrário, aumenta-o. É isto que Ellen G.White explica quando diz que após o fechamento da porta da graça Deus não permitirá que nenhum dos Seus filhos seja morto.
 “Se o sangue das fiéis testemunhas de Cristo fosse derramado nessa ocasião, não seria como o sangue dos mártires, qual semente lançada a fim de produzir uma messe para Deus... Se os justos fossem agora abandonados para caírem como presa” de seus inimigos, seria um triunfo para o príncipe das trevas. ”¹ (Ibidem., 634) Essa segunda teoria também é inconsistente e não tem apoio bíblico e nem do Espírito de Profecia.

EXAME DA TERCEIRA TEORIA

Consideremos agora a teoria de que os 144.000 são um grupo especial, selecionado e escolhido dentre os salvos vivos como representantes da grande multidão de salvos vivos que não passarão pela morte até a volta de Jesus.
•Apoc. 7:4-8 revela que Deus escolhe 12.000 de cada tribo de Israel, esse Israel deve ser entendido como sendo espiritual, considerando que o Israel literal deixou de ser o povo escolhido de Deus em 34 D.C., no final das 70 semanas separadas para Israel (Daniel 9:24-27). O número 12.000 de cada tribo deixa-nos a ideia de “escolha”; uma parte menor sendo escolhida de uma parte maior;
•Apoc. 14:4 descreve os 144.000 dizendo: “Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.” Aqui novamente a ideia é exatamente a mesma, “primícias” uma parte menor sendo escolhida de uma parte maior.

O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE AS PRIMÍCIAS?

“As primícias de toda seara, fosse de grãos, ou vinha, azeite, mel, frutos, ou animais e mesmo dos homens (neste caso o primogênito, Neemias 10:35-37) eram consagrados a Deus.


QUAL ERA O SIGNIFICADO DAS PRIMÍCIAS?

•As primícias eram especiais: frescas (Lev.2:14; escolhidas (Ezeq. 20:40); era o melhor de tudo (Núm.18:12). Assim também os 144.000 são escolhidos, são de primeira qualidade espiritual, e sem mácula (Apoc. 14:5);
•As primícias são a promessa de uma colheita ainda maior a ser feita no futuro, de celeiros transbordando (Prov. 3:9-10). Nos escritos de Paulo as primícias do Espírito (Rom.8:23) eram um penhor (Efes.1:13-14) ou promessa de algo muito maior por vir.
Assim os 144.000 são o começo ou a amostra de uma colheita ainda muito maior, a hoste de redimidos de todas as eras mencionada em Mateus 13:38-43;
•As primícias, pela virtude de serem consagradas a Deus, eram santas (Núm. 18:17); os 144.000,sendo 12.000 de cada tribo (Apoc. 7:4-8), são as primícias da grande seara 'de todas as nações, e tribos e povos, e línguas' (Apoc. 7:9);
•A consagração das primícias a Deus tornou santa toda a seara (Rom. 11:16); este era um sinal de que o todo pertencia a Ele;
•As primícias eram trazidas à casa de Deus (Êxo. 34:26) para serem utilizadas no Seu serviço (Núm. 18:12-13). Assim os 144.000 'estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo'(Apoc. 7:15). Eles desfrutam uma intimidade especial com Deus; eles 'seguem o Cordeiro para onde quer que vai' (Apoc. 14:4).”¹ (1Beatrice S. Neall, The Concept of Character in the Apocalipse with Implications for Character Education, 162)
Em Êxodo 23:19 lemos:
“As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus.” E em Números 18:12-13 lemos: “Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao Senhor as tenho dado a ti. Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao Senhor, serão teus.”

No contexto bíblico as primícias eram exatamente uma parte menor extraída de uma parte maior para fins santos, e era sempre o melhor de tudo. O melhor da seara era escolhido e entregue ao Senhor como primícias da grande seara. As primícias eram consagradas ao Senhor como representantes da seara.
Não é difícil entendermos o que a profecia quer dizer quando fala em Apoc. 7 que os 144.000 são uma pequena porção extraída de uma porção maior, pois em Apoc. 14:4 a profecia explica que eles são primícias da grande seara de salvos. Não podem existir primícias sem seara pois quando a profecia diz que os 144.000 são primícias dos salvos, está dizendo que existe uma grande seara de salvos.


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