O presente trabalho não tem como
objetivo generalizar o conceito de racismo cristão, mas promove um
esclarecimento acadêmico e racional dos que acreditam na religião pela sua
teologia ou pela cultura apresentada pela história das características dos seus
personagens.
Dizem que a
cor da pele não especifica se a pessoa é inferior ou superior a outra, será? A
maioria dos cristãos que professam a sua fé são preconceituosos não
manifestantes?
Para se
afirmar que o racismo cristão existe exponho como referência a página social
conhecida como “Restaurador de Veredas”
a mesma publicou uma imagem de Cristo Jesus como conhecemos atualmente, um
homem de cabelos castanhos e olhos azuis claros, a sequência de curtidas e
comentários em respeito pela imagem de Jesus foi extremamente grande e
respeitosa, frases essas, “Jesus eu te amo”...etc. A mesma página publicou uma
imagem de Jesus Cristo preto, a sequência de curtidas foram pouquíssimas em
relação a primeira publicação, mas os comentários foram mais que os da
primeira, com argumentos demonstrando preconceito e incômodo pela publicação,
como, “por que Ele deveria ser negro?” Ou seja, isso demonstrou que a cor da
pele representava uma pessoa inferior ao da primeira imagem, só pelo fato de um
indivíduo perguntar o porquê dele ser preto, a pergunta demonstra um incômodo
em relação a publicação. Os comentários honrosos a respeito do Cristo Branco
representam hipocrisia e uma fé baseada não na filosofia messiânica, mas na
tradição e cultura posterior a história do messianismo.
Tudo isso
demonstra o reflexo de uma geração débil e narcisista, querendo provar que não
tem preconceito racial, pois provam apenas com discursos e não com atitudes.
O estopim
do racismo cristão se intensificou no século XV D.C, em 1490, quando Leonardo
da Vince criou a imagem de Jesus baseando-se na figura de Cézar Borgia, filho
do Papa Alexandre VI, (Borgia, um gangster, belicista, ganancioso, que fazia
orgias, promovendo um império de crimes ao papado.) Seu pai introduziu a imagem
feita na igreja Católica e assim se popularizou no Cristianismo um Jesus
Germânico Romano, isso era para enaltecer a etnia romana e denegrir a
cultura material afro (varias representações de Jesus Cristo por volta doséculo II demonstram traços culturais de etnia afro), essa afirmação é a mais
plausível e verídica para os historiadores, comenta-se que houve algumas
representações das características do Messias Branco antes deste século, mas
não tem respaldo consistente.
Cézar Borgia |
A idade média era uma forma de ver o mundo tendo como base a história europeia, no qual desconsideravam as demais regiões do planeta. Essa ideologia foi denominada de eurocentrismo, pois colocou o continente europeu como o centro das análises desprezando as demais culturas principalmente a cultura Africana.
Conforme
relatos arqueológicos desde o século II mostram as primeiras representações do
Messias preto.
As mais
recentes descobertas do Messias preto com origem entre 318 e 408 D.C., foram
estudados pela equipe de arqueólogos da Universidade de Tel Aviv, em Israel, de
acordo com informações do Global Research. A equipe liderada pelo professor
Hans Shummer chegou à conclusão de que o Messias relatado na bíblia era preto
de acordo com os relatos dos pergaminhos de autoria Essênia.
“A criança
era da cor da noite”, diz uma parte do fragmento da escritura, “No escuro da
noite, nada podia ser visto do bebê, exceto o branco dos seus olhos” diz o
manuscrito.
O
preconceito é aniquilado quando admitimos que temos preconceito, pois não há
substituto para o processo de reflexão individual a respeito do incômodo que
sentimos com as diferenças físicas.
PUC-GOIÁS
ACADÊMICO EM ARQUEOLOGIA: MARCIEL MENDES DE AVELAR PEREIRA
PUC-GOIÁS
ACADÊMICO EM ARQUEOLOGIA: MARCIEL MENDES DE AVELAR PEREIRA
Bibliográficas:
HANEY, John. César Bórgia. São Paulo, Nova Cultural, 1988. (Coleção Os Grandes Líderes).
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SÁNCHEZ, Laura García. Leonardo da Vinci. Tradução de Mathias de Abreu Lima Filho. Baueri, Girassol, 2007. (Coleção gênios da arte).
GOODY,
Jack. O Roubo da História: como os europeus se apropriaram das invenções e
ideias do oriente. São Paulo; contexto, 2010.
AMIN,
Samir 1989 Eurocentrism (Nova Iorque: Monthly Review Press).
BERNAL, Martin 1987 Black Athena. The Afroasiatic Roots of Classical
Civilizations
(Nova Jérsei: Rutgers UniversityPress) Tomo I.
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