quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

A CRIANÇA DA COR DA NOITE






            O presente trabalho não tem como objetivo generalizar o conceito de racismo cristão, mas promove um esclarecimento acadêmico e racional dos que acreditam na religião pela sua teologia ou pela cultura apresentada pela história das características dos seus personagens.
Dizem que a cor da pele não especifica se a pessoa é inferior ou superior a outra, será? A maioria dos cristãos que professam a sua fé são preconceituosos não manifestantes?
Para se afirmar que o racismo cristão existe exponho como referência a página social conhecida como “Restaurador de Veredas” a mesma publicou uma imagem de Cristo Jesus como conhecemos atualmente, um homem de cabelos castanhos e olhos azuis claros, a sequência de curtidas e comentários em respeito pela imagem de Jesus foi extremamente grande e respeitosa, frases essas, “Jesus eu te amo”...etc. A mesma página publicou uma imagem de Jesus Cristo preto, a sequência de curtidas foram pouquíssimas em relação a primeira publicação, mas os comentários foram mais que os da primeira, com argumentos demonstrando preconceito e incômodo pela publicação, como, “por que Ele deveria ser negro?” Ou seja, isso demonstrou que a cor da pele representava uma pessoa inferior ao da primeira imagem, só pelo fato de um indivíduo perguntar o porquê dele ser preto, a pergunta demonstra um incômodo em relação a publicação. Os comentários honrosos a respeito do Cristo Branco representam hipocrisia e uma fé baseada não na filosofia messiânica, mas na tradição e cultura posterior a história do messianismo.
Tudo isso demonstra o reflexo de uma geração débil e narcisista, querendo provar que não tem preconceito racial, pois provam apenas com discursos e não com atitudes.
O estopim do racismo cristão se intensificou no século XV D.C, em 1490, quando Leonardo da Vince criou a imagem de Jesus baseando-se na figura de Cézar Borgia, filho do Papa Alexandre VI, (Borgia, um gangster, belicista, ganancioso, que fazia orgias, promovendo um império de crimes ao papado.) Seu pai introduziu a imagem feita na igreja Católica e assim se popularizou no Cristianismo um Jesus Germânico Romano, isso era para enaltecer a etnia romana e denegrir a cultura material afro (varias representações de Jesus Cristo por volta doséculo II demonstram traços culturais de etnia afro), essa afirmação é a mais plausível e verídica para os historiadores, comenta-se que houve algumas representações das características do Messias Branco antes deste século, mas não tem respaldo consistente.

Cézar Borgia













A idade média era uma forma de ver o mundo tendo como base a história europeia, no qual desconsideravam as demais regiões do planeta. Essa ideologia foi denominada de eurocentrismo, pois colocou o continente europeu como o centro das análises desprezando as demais culturas principalmente a cultura Africana.
Conforme relatos arqueológicos desde o século II mostram as primeiras representações do Messias preto.
As mais recentes descobertas do Messias preto com origem entre 318 e 408 D.C., foram estudados pela equipe de arqueólogos da Universidade de Tel Aviv, em Israel, de acordo com informações do Global Research. A equipe liderada pelo professor Hans Shummer chegou à conclusão de que o Messias relatado na bíblia era preto de acordo com os relatos dos pergaminhos de autoria Essênia.
“A criança era da cor da noite”, diz uma parte do fragmento da escritura, “No escuro da noite, nada podia ser visto do bebê, exceto o branco dos seus olhos” diz o manuscrito.
O preconceito é aniquilado quando admitimos que temos preconceito, pois não há substituto para o processo de reflexão individual a respeito do incômodo que sentimos com as diferenças físicas.





PUC-GOIÁS
ACADÊMICO EM ARQUEOLOGIA: MARCIEL MENDES DE AVELAR PEREIRA


Bibliográficas:
HANEY, John. César Bórgia. São Paulo, Nova Cultural, 1988. (Coleção Os Grandes Líderes). 

RANKE, Leopold von. História de los papas en la época moderna. Tradução de Eugênio Ímaz. México, FCE, 1943. 

SÁNCHEZ, Laura García. Leonardo da Vinci. Tradução de Mathias de Abreu Lima Filho. Baueri, Girassol, 2007. (Coleção gênios da arte).

GOODY, Jack. O Roubo da História: como os europeus se apropriaram das invenções e ideias do oriente. São Paulo; contexto, 2010.
AMIN, Samir 1989 Eurocentrism (Nova Iorque: Monthly Review Press).


BERNAL, Martin 1987 Black Athena. The Afroasiatic Roots of Classical Civilizations

(Nova Jérsei: Rutgers UniversityPress) Tomo I.


 


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