O sétimo e último selo a ser aberto, é o que finaliza o Juízo e representa
o último grupo dos que forem selados para a eterna salvação. Ele trata de um
período curtíssimo e de grande ansiedade no Céu, provocada pela perspectiva de
salvação ou perdição de um grande número de pessoas em todo o mundo, que ainda estão
indecisas e que provocam intensa comoção no Céu. O prazo se esgotou e não pode
ser prorrogado por mais tempo. Esta ansiedade é que provocará o silêncio de
quase meia hora entre os que habitam no Céu e participam do julgamento.
Apocalipse 8:1-6 - Textos que tratam
da abertura do sétimo selo:
1. Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no
Céu por cerca de meia hora.
2. Vi então os sete anjos que estavam em pé diante de Deus, e
foram-lhes dadas sete trombetas.
3. Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, com um incensário
de ouro. Foi-lhe dado muito incenso para oferecer com as orações de
todos os santos, sobre o altar de ouro que está diante do trono.
4. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a
mão do Anjo até diante de Deus.
5. Então o Anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar, e
o lançou sobre a Terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e um
terremoto.
6. E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se
para tocá-las.
Cada um dos seis versículos
relacionados a este selo deve ser detidamente analisado para a sua compreensão,
pelo fato de que tradicionalmente
apenas o primeiro versículo tem sido destacado na interpretação usual, trazendo
um equivocado entendimento de que o silêncio de meia hora no céu se refere à
vinda de Jesus à Terra, com todos os Seus anjos, para consumar a promessa do
Evangelho Eterno.
Segundo esse entendimento o Céu
ficaria em silêncio porque todos os seus habitantes iriam acompanhar Jesus na
Sua volta à Terra, ficando assim vazio e completamente silencioso.
A análise de todo o texto revela ser
improvável e mesmo impossível acontecer esse evento, nessa ocasião, em coerência
com os ensinamentos da Bíblia e do Espírito de Profecia. São vários detalhes
importantes que não podem ser ignorados. Ao estudá-los fica claro que durante o
período descrito em todos os versos do texto Jesus continua
intercedendo pela humanidade, apresentando as orações dos homens sobre
o altar de ouro que está diante do trono de Deus.
As orações dos homens e a intercessão
de Jesus são evidências de que ainda existe esperança, graça e salvação naquele
momento e que o julgamento, ou o selamento do povo de Deus ainda continua no
Santuário do Céu.
Afinal, trata-se da última fase do
juízo. E todo o contexto da revelação afirma que antes da volta de Jesus haverá
outros acontecimentos que precederão este evento, como o encerramento da graça
e o derramamento das sete últimas pragas.
Ademais, haverá depois de tudo isso,
ainda, uma grande tribulação – um tempo de angústia, qual nunca houve desde que
houve nação até àquele tempo, e que isto somente acontecerá depois que Miguel –
Jesus, o Anjo do Concerto – se levantar do Santuário e lançar o incensário
sobre a Terra.
Então o que significa esse “silêncio no Céu” antes desses
acontecimentos? Antes de responder a esta pergunta vamos tecer algumas
considerações muito pertinentes e importantes.
O QUE É O CÉU?
A maior parte das pessoas e das religiões,
em todo o mundo, acredita que o lugar comumente chamado de “Céu” ou “Paraíso” é
um lugar “espiritual”, imaterial e intangível, para onde vão as “almas” ou
“espíritos” dos justos logo após a morte e onde habitam os anjos, seres também intangíveis,
invisíveis e imateriais.
Este entendimento equivocado é
provocado pela superstição generalizada e pelos mitos e enganos herdados do
paganismo, como a imortalidade da alma e a existência de um tipo de vida
independente do corpo material, que não têm origem ou fundamento nas
Escrituras.
Tudo no Universo é real e material.
Não existe nada que seja espiritual, abstrato ou virtual, no sentido que é dado
a este termo pela filosofia grega pagã, dela herdada pelo cristianismo católico
e adotada por protestantes e espíritas.
A Bíblia Sagrada afirma de forma clara
e decidida que o sublime trono de Deus está situado num palácio magnífico e
indescritivelmente belo. Ele tem sido chamado muitas vezes de “Santuário”,
porque é santificado pela presença de Deus e fica numa cidade que é descrita na
Bíblia Sagrada com muitos detalhes interessantes.
Esta cidade é de uma beleza tão
deslumbrante que, não tendo outras palavras para descrevê-la, o profeta diz que
as suas ruas são de ouro transparente, semelhante a vidro puro; ela tem um
formato quadrado, e cada lado mede cerca de 550 quilômetros; possui doze
fundamentos e cada um é adornado com uma pedra preciosa; e os seus muros são de
jaspe e medem cerca de 80 metros de altura (Apocalipse 21:9-21).
Nela existem elementos físicos,
químicos e orgânicos, como pedras, metais, árvores e água, que nós chamamos de
matéria.
A sua área é de algo em torno de
355.000 Km2, o que equivale à soma das áreas dos Estados
de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ou o mesmo que a área da
Alemanha. Esta área se refere apenas à cidade que a Bíblia descreve como sendo
a Capital de onde Deus governa todo o Universo. E o que se dirá do restante do
planeta onde ela está situada?
A capital de um grande país é sempre
uma cidade cosmopolita, onde estão situadas embaixadas e representações de
todas as nações amigas com quem ele mantenha relações políticas, comerciais ou
de qualquer natureza, e onde moram, além dos seus habitantes naturais,
visitantes de toda parte do mundo.
Seria diferente na Capital do
Universo? E os visitantes individuais, as famílias e grupos de “turistas
cósmicos” que ocasionalmente queiram visitar o Seu Rei, o supremo governante do
Universo e, mais do que isso, o seu Pai, a quem amam acima de todas as coisas e
desejem prestar-Lhe sua adoração pessoal?
Deve-se também considerar as
construções e edifícios desta gigantesca metrópole cósmica. Eles devem servir
para algo mais do que o simples adorno. Certamente devem abrigar a
administração dos assuntos do governo do Universo e seus habitantes e
visitantes.
Sim, porque é razoável imaginar-se,
pelas informações do Livro de Deus, que ao atentarmos para o que deve acontecer
no dia-a-dia desse lugar podemos supor que ele tem uma rotina que deve
existir em qualquer mundo real. E o Céu é um planeta real, físico, temporal e
ocupa um lugar no espaço sideral.
Os anjos são seres que têm a
capacidade de se deslocar na velocidade do pensamento. Isto indica que eles
podem, talvez, eliminar o tempo ou o espaço físico. Eles não se revelam física
e visivelmente, o que indica a sua capacidade de se desmaterializar, podendo
atravessar obstáculos materiais, como paredes. Eles têm a capacidade de se
manter invisíveis, quando quiserem.
Não se pode imaginar o estágio de
conhecimento e capacitação que dominam, e o poder que têm, os quais lhes
permitem fazer o que fazem, conforme os diversos relatos bíblicos, relativos a
eles.
O homem tem avançado bastante no
conhecimento tecnológico e na cibernética. Dá os seus primeiros passos na nanociência
e na nanotecnologia, no conhecimento das partículas subatômicas, como os
neutrinos, iniciando pesquisas que visam descobertas que lhe proporcionem, por
exemplo, desenvolver um sistema de invisibilidade. Apesar de rudimentares já
existem resultados que estimulam as pesquisas nessa área do conhecimento.
Os seres celestiais, aos milhões ou
bilhões, certamente dominam uma tecnologia que hoje não podemos sequer
imaginar.
Somente dentro do Palácio Celestial
foram vistas por João e Daniel (Apocalipse 5:11; Daniel 7:10) na abertura do
Juízo, “milhares de milhares e milhões de milhões” de visitantes e testemunhas,
entre anjos e representantes de todos os mundos que compõem o vasto reino de
Deus, em todo o Universo. É razoável supor que existe no Céu uma população
fixa, dos seus moradores e uma flutuante, dos que o visitam.
Todas estas considerações foram feitas
para a análise do texto inicial de que “houve silêncio no céu por quase meia hora” (8:1).
Não existe fundamento bíblico para
supor-se que o Céu ficará silencioso por um período de uma semana, que seria a
contagem da “meia-hora”, valendo-se do princípio de interpretação “dia-ano”
outras vezes utilizado no estudo de profecias bíblicas (Números 14:34; Ezequiel
4:6-7). Este princípio não deve ser mais aplicado nas profecias que envolvem
períodos de tempo, depois de 1844.
E não parece lógico e nem razoável
imaginar-se que toda a população celestial viria acompanhar Jesus no maior
acontecimento da história universal, que é o Seu retorno à Terra, deixando o Céu
vazio.
É mais compreensível supor-se que
assim como “milhões de milhões” virão com Ele nesse evento, em Sua comitiva,
outros “milhões de milhões” permanecerão na Capital do Universo, aguardando a chegado
de Jesus com os seus filhos resgatados
da Terra e preparando a sua gloriosa recepção, quando todos serão apresentados
ao seu Pai Celestial.
Aliás, esse tipo de recepção já
aconteceu antes, quando Jesus retornou ao Céu depois de Sua ressurreição, acompanhado
de uma pequena multidão de ressuscitados. Eles subiram ao Céu como as “primícias”,
ou os primeiros frutos da missão vitoriosa de Jesus. (Mateus 27:50-53; I
Coríntios 15:20 e 23). Estas primícias representavam a primeira parte da grande
colheita final, que será a grande multidão de ressuscitados que Ele virá buscar
em breve, no Seu breve retorno à Terra.
Eis uma tocante descrição desse
evento, feito por uma escritora inspirada:
“Todo o Céu estava esperando para saudar
o Salvador à Sua chegada às cortes celestiais. Ao ascender, abriu Ele o
caminho, e a multidão de cativos libertos à Sua ressurreição O seguiu. A hoste
celestial, com brados de alegria e aclamações de louvor e cântico celestial,
tomava parte na jubilosa comitiva...” (Ellen G. White , O Desejado de Todas as Nações, pag. 833-834).
Se o “silêncio no Céu por quase meia
hora” não pode ser a volta de Jesus, como alguns têm acreditado, pelas razões
já expostas, então o que significa esse silêncio e esse tempo mencionado na
abertura do sétimo selo?
SILÊNCIO NO CÉU POR QUASE MEIA HORA:
Primeiramente devemos considerar se já
houve alguma coisa antes, que possa ter provocado algo semelhante a isso, no
Céu. Na realidade isso parece já ter acontecido, conforme o relato a seguir.
Na noite em que Jesus foi preso o
mundo celestial ficou apreensivo com os acontecimentos que precederam a sua
prisão. Ao ser defrontado com as trevas da separação do Pai e sentindo o peso
do pecado de todo o mundo Jesus quase sucumbiu e por três vezes recuou do Seu
propósito, até finalmente decidir-se a enfrentar fossem quais fossem as
consequências do Seu ato.
O texto seguinte é esclarecedor e
mostra que já houve, sim, um momento em que houve silêncio no Céu. O momento de
hesitação de Jesus no Jardim do Getsêmani, na Sua inimaginável dor provocada
por ter sido não apenas contado como um pecador, mas de ter substituído a culpa de toda a
humanidade e sido feito pecado em lugar de todas as pessoas que viera salvar. Eis
o interessante relato:
“Trêmulas caem as palavras dos pálidos lábios de Jesus: ‘Pai Meu, se este cálice não pode passar de Mim sem Eu o beber, faça-se a Tua vontade. Mat. 26:42.’”
“Três vezes proferiu essa oração. Três vezes recuou Sua humanidade do derradeiro, supremo sacrifício. Surge, porém, então, a história da raça humana diante do Redentor do mundo. Vê que os transgressores da lei, se deixados a si mesmos, têm de perecer. Vê o desamparo do homem. Vê o poder do pecado. As misérias e os ais do mundo condenado erguem-se ante Ele. Contempla-lhe a sorte iminente, e decide-Se. Salvará o homem custe o que custar de Sua parte. Aceita Seu batismo de sangue, para que, por meio dEle, milhões de almas a perecer obtenham a vida eterna. Deixou as cortes celestiais, onde tudo é pureza, felicidade e glória para salvar a única ovelha perdida, o único mundo caído pela transgressão. E não Se desviará de Sua missão. Tornar-Se-á a propiciação de uma raça que quis pecar. Sua prece agora respira apenas submissão: ‘Se este cálice não pode passar de Mim sem Eu o beber, faça-se a Tua vontade. Mat. 26:42.’”
“Havendo tomado a decisão, cai moribundo no solo do qual Se erguera parcialmente. Onde se achavam então os discípulos, para pôr ternamente as mãos sob a cabeça do desfalecido Mestre, e banhar aquela fronte, na verdade mais desfigurada que a dos outros filhos dos homens? O Salvador pisou sozinho o lagar, e do povo nenhum com Ele havia”.
“Mas Deus sofria com Seu Filho. Anjos contemplavam a agonia do Salvador. Viam seu Senhor circundado de legiões das forças satânicas, Sua natureza vergada ao peso de misterioso pavor que todo O fazia tremer. Houve silêncio no Céu. Nenhuma harpa soava. Pudessem os mortais ter testemunhado o assombro das hostes angélicas quando, em silenciosa dor, observavam o Pai retirando de Seu bem-amado Filho os raios de luz, amor e glória, e melhor compreenderiam quão ofensivo é aos Seus olhos o pecado”.
“Os mundos não caídos e os anjos celestiais vigiavam com intenso interesse o conflito que se aproximava do desfecho. Satanás e suas hostes do mal, as legiões da apostasia, seguiam muito atentamente essa grande crise na obra da redenção. Os poderes do bem e do mal aguardavam para ver qual a resposta que seria dada à oração de Cristo - três vezes repetida. Os anjos anelavam trazer alívio ao divino Sofredor, mas isso não podia ser. Nenhum meio de escape havia para o Filho de Deus. Nessa horrível crise, quando tudo estava em jogo, quando o misterioso cálice tremia nas mãos do Sofredor, abriu-se o Céu, surgiu uma luz por entre a tempestuosa treva da hora da crise, e o poderoso anjo que se acha na presença de Deus, ocupando a posição da qual Satanás caíra, veio para junto de Cristo. O anjo não veio para tomar-Lhe o cálice das mãos, mas para fortalecê-Lo a fim de que o bebesse, com a certeza do amor do Pai. Veio para dar força ao divino-humano Suplicante. Ele Lhe apontou os Céus abertos, falando-Lhe das almas que seriam salvas em resultado de Seus sofrimentos. Afirmou-Lhe que Seu Pai é maior e mais poderoso que Satanás, que Sua morte redundaria na inteira derrota do mesmo, e que o reino deste mundo seria dado aos santos do Altíssimo. Disse-Lhe que Ele veria o trabalho de Sua alma, e ficaria satisfeito, pois contemplaria uma multidão de membros da família humana salvos, eternamente salvos”.
“A agonia de Cristo não cessou, mas Sua depressão e desânimo O deixaram. A tempestade não amainou de maneira alguma, mas Aquele que dela era objeto estava fortalecido para lhe enfrentar a fúria. Saiu calmo e sereno. Uma paz celestial pairava-Lhe no rosto manchado de sangue. Suportara aquilo que criatura alguma humana jamais poderia sofrer; pois provara os sofrimentos da morte por todos os homens” (O Desejado de Todas as Nações, Ellen G. White, pag. 690-694).
O silêncio no Céu referido no Apocalipse é provocado por um sentimento semelhante ao que foi causado pelo sofrimento de Jesus. Ele acontecerá pela terrível comoção provocada pelo iminente encerramento do Juízo, quando ainda haverá um grande número de pessoas para serem seladas na última oportunidade de salvação. Ainda estão no vale da decisão.
Esse grupo de pessoas representa os últimos que foram chamados, na parábola que Jesus contou sobre os trabalhadores na vinha (Mateus 20:1-16). Na última hora, a undécima, no último momento, foram assalariados com o mesmo preço – a eterna salvação, o preço do Seu sangue, que todos os outros trabalhadores receberam.
A última intercessão de Jesus alcançou os últimos que faltavam para ser contados entre os salvos. Quando estes forem selados, o julgamento chegará ao fim e estará encerrada qualquer oportunidade de salvação. Estes são o objeto da última intercessão de Jesus, quando “muito incenso foi colocado com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono.”
SETE ANJOS E SETE TROMBETAS
João viu, após a abertura do último
selo, sete anjos que estavam diante de Deus. Somente depois de todos os
acontecimentos revelados nesse texto é que eles se prepararam para tocar as
suas trombetas, não antes. É
muito importante insistir no fato de que eles apenas receberam as trombetas e
ficaram aguardando os acontecimentos seguintes. Somente depois que finalizou o
juízo e terminou toda a oportunidade de salvação é que as trombetas foram
tocadas. Isto ficará claro na sequência do estudo.
O OUTRO ANJO
Este anjo é Jesus, o Sumo-sacerdote
que ministra no Santuário Celestial, junto ao altar de ouro que está diante do
trono de Deus. Somente o sumo-sacerdote podia entrar no compartimento que
representava este lugar onde Jesus agora Se encontra, somente uma vez ao ano,
no soleníssimo dia da expiação, que simbolizava o juízo, que agora está sendo realizado,
no Céu.
Somente o sumo-sacerdote ministrava, também,
com o incensário de ouro e somente naquela ocasião e naquele local, que era
chamado o Santo dos santos, ou o lugar Santíssimo (Hebreus 9:3-4). É clara a
relação que é mostrada entre o evento que agora é realizado diante de Deus e o
que era a sua sombra ou o seu símbolo, no antigo cerimonial judaico.
O outro anjo que João viu é, sem
nenhuma dúvida, Jesus. Como Ele poderia vir à Terra finalizar a Sua obra, se
depois que houve o silêncio de meia-hora no céu é que Ele foi visto
continuando, ou finalizando, a Sua obra expiatória?
O INCENSÁRIO DE OURO
O incensário de ouro era um dos
utensílios exclusivos de uso do sumo-sacerdote. Existiam outros objetos que só
ele podia usar, como as vestes que não deveriam ser rasgadas, a mitra e o
peitoral do juízo que, para lembrança, ficava sobre o seu coração, com os nomes
dos filhos de Israel. Tudo tinha sua significação que teria cumprimento e
aplicação no futuro, relacionado com a obra de Jesus.
O incensário era simbólico das orações
do povo. O incenso aromático, cujo perfume subia diante da arca do concerto
onde ficavam as tábuas com os mandamentos da Sua sagrada lei, era símbolo da
fragrância que é para Deus a oração de Seus filhos.
Quando se abriram os livros e começou
o juízo João viu que cada um dos vinte e quatro anciãos que participavam do
julgamento tinham em suas mãos “salvas
de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos”
(Apocalipse 5:8).
Agora, em sua última etapa e ao
terminar o julgamento, ele volta ao assunto, afirmando que fora dado a Jesus “muito incenso, para o por com as
orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono” (V.
3). Por que “muito incenso”?
Certamente era porque representava a última intercessão, o último pedido, e a
última intermediação entre Jesus, nosso Sumo-Sacerdote, e o Pai Celestial, para
a conversão dos últimos que ainda seriam selados. Ele sabia, e todo o Céu sabia
que ainda faltavam pessoas para serem salvas e o tempo estava no fim.
LANÇOU O INCENSÁRIO
“Foi-me indicado o tempo em que a mensagem do terceiro anjo estava a
finalizar-se... A última grande advertência tinha soado por toda parte e havia
instigado e enraivecido os habitantes da terra que não quiseram receber a mensagem...
Vi anjos indo aceleradamente de um lado para o outro no Céu. Um anjo com um
tinteiro de escrivão ao lado voltou da Terra, e referiu a Jesus que sua obra
estava feita, e os santos estavam numerados e selados. Então vi Jesus,
que havia estado a ministrar diante da arca, a qual contém os Dez
Mandamentos, lançar o incensário. Ele levantou as mãos e com grande voz
disse: ‘Está feito’. E toda a hoste
angélica tirou suas coroas quando JESUS fez a solene declaração: ‘Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo
ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue
a santificar-se’. Apoc. 22:11”. (Ellen G.
White - Primeiros Escritos, pag. 279 e 280, destaques acrescentados).
“Os justos e os ímpios estarão ainda a viver sobre a Terra em seu estado mortal: estarão os homens a plantar e a construir, comendo e bebendo, todos inconscientes de que a decisão final, irrevogável, foi pronunciada no santuário celestial. Antes do dilúvio, depois que Noé entrou na arca, Deus o encerrou ali, e excluiu os ímpios; mas, durante sete dias, o povo, não sabendo que seu destino se achava determinado, continuou em sua vida de descuido e de amor aos prazeres, zombando das advertências sobre o juízo iminente. "Assim", diz o Salvador, "será também a vinda do Filho do homem." Mat. 24:39. Silenciosamente, despercebida como o ladrão à meia-noite, virá a hora decisiva que determina o destino de cada homem, sendo retraída para sempre a oferta de misericórdia ao homem culpado” (Ellen G. White, O Grande Conflito, pag. 491).
O FIM DO JULGAMENTO E DA GRAÇA
"Naquele tempo Se
levantará Miguel, o grande príncipe, que Se levanta pelos filhos do teu povo, e
haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele
tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar
escrito no livro. Dan. 12:1.”
“Quando se encerrar a
mensagem do terceiro anjo, a misericórdia não mais pleiteará em favor dos
culpados habitantes da Terra. O povo de Deus terá cumprido a sua obra. Recebeu
a "chuva serôdia", o "refrigério pela presença do Senhor",
e acha-se preparado para a hora probante que diante dele está. No Céu, anjos
apressam-se de um lado para o outro. Um anjo que volta da Terra anuncia que a
sua obra está feita; o mundo foi submetido à prova final, e todos os que se
mostraram fiéis aos preceitos divinos receberam ‘o selo do Deus vivo’. Cessa
então Jesus de interceder no santuário celestial. Levanta as mãos e com grande
voz diz: Está feito; e toda a hoste angélica depõe suas coroas, ao fazer Ele o
solene aviso. ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se
ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado
ainda.’ Apoc. 22:11. Todos os casos foram decididos para vida ou para morte.
Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados. O número de Seus
súditos completou-se; ‘e o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo
de todo o céu’, estão prestes a ser entregues aos herdeiros da salvação, e
Jesus deve reinar como Rei dos reis e Senhor dos senhores” (O Grande Conflito, Ellen G.
White, pag. 613-614).
PREPARARAM-SE PARA TOCÁ-LAS
Até esse momento, enquanto o juízo
estava em andamento, as trombetas não foram tocadas. Elas somente serão tocadas
após o fim do juízo, quando todos estiverem selados ou julgados, para a vida ou
para a morte. Os anjos prepararam-se para tocá-las apenas depois que o Anjo lançou
o incensário sobre a terra, é o que o texto profético afirma
claramente.
“Deixando Ele o santuário, as
trevas cobrem os habitantes da Terra. Naquele tempo terrível os justos devem
viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrição que
estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo sobre os que
finalmente se encontram impenitentes. Terminou a longanimidade de Deus: O mundo
rejeitou a Sua misericórdia, desprezou-Lhe o amor, pisando Sua lei. Os ímpios
passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente
resistido, foi, por fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm
proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em
uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos
impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de
contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio
a Jerusalém na antiguidade” (Ellen G. White, O Grande Conflito, pag. 614).
Somente agora, então, depois que Jesus lança o incensário Ele deixa o
Santuário - e só então, na sequência dos acontecimentos revelados no Livro
Sagrado, é que os sete anjos prepararam-se para tocar as suas trombetas. Isto significa que elas não se referem a eventos do passado,
como muitos têm acreditado, mas aos últimos acontecimentos da História
da
humanidade.Então as pragas e castigos prefigurados no impressivo símbolo
das trombetas caem como juízos em eventos terríveis sobre a Terra
impenitente e seus culpados habitantes.
É no contexto do brevíssimo tempo deste sétimo selo que se cumprem as últimas e benditas promessas das Sagradas Escrituras e do Espírito de Profecia, contemplando a salvação dos filhos daqueles que por longo tempo têm apresentado os seus filhos queridos diante do Tribunal de Jesus e mostrando "quando" isso acontecerá:
"Eis que vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor (o fechamento da graça); e converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; antes que eu venha e fira a Terra com maldição" (Malaquias 4:5-6).
"O último trabalho intercessor de Cristo antes que ponha de lado seus vestidos de sacerdote, é apresentar as orações dos pais por seus filhos. E eu vi um anjo poderoso ser enviado e milhares de filhos lembrarem os ensinamentos da infância e voltarem justamente antes que se feche a porta da graça." (Ellen G. White, Review and Herald, 1902).
É no contexto do brevíssimo tempo deste sétimo selo que se cumprem as últimas e benditas promessas das Sagradas Escrituras e do Espírito de Profecia, contemplando a salvação dos filhos daqueles que por longo tempo têm apresentado os seus filhos queridos diante do Tribunal de Jesus e mostrando "quando" isso acontecerá:
"Eis que vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor (o fechamento da graça); e converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; antes que eu venha e fira a Terra com maldição" (Malaquias 4:5-6).
"O último trabalho intercessor de Cristo antes que ponha de lado seus vestidos de sacerdote, é apresentar as orações dos pais por seus filhos. E eu vi um anjo poderoso ser enviado e milhares de filhos lembrarem os ensinamentos da infância e voltarem justamente antes que se feche a porta da graça." (Ellen G. White, Review and Herald, 1902).
Terminado
o Juízo, fechada a graça e toda oportunidade de salvação, começam a cair os flagelos, representados por 7 trombetas, que são os
seus eventos e 7 pragas, as suas consequências, sobre o mundo condenado. Esses acontecimentos
são os mesmos, e devem durar por 5 longos meses ou 150 dias, os mais terríveis
que o mundo viveu, desde a Criação.
Por Lindolfo Dias
Análise Interpretação Histórica X Interpretação Sequencial
Gráfico dos Sete Selos
Essa não é a interpretação oficial da IASD sobre os sete selos, mas
essa é uma interpretação realmente adventista porque está centralizada
no santuário celestial. A interpretação histórica dos sete selos
desconsidera o contexto do santuário celestial presente em apoc. 4 e 5.
Os selos são abertos no santíssimo do santuário. Foi ali que o Leão
da tribo de Judá recebeu o livro selado das mãos do Pai em 1844.
A interpretação histórica colocando os selos no passado cobrindo o
mesmo período das sete igrejas, foi herdada de teólogos não Adventistas
que viveram antes de 1844 e não tinham condições de entender o
juízo no santuário do céu. O gráfico dos sete selos mostra o
processamento do
juízo celestial na sequência da sétima igreja. É uma interpretação
fortemente apoiada pela bíblia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário